A escultura de costumes produzida nas fábricas de cerâmica da Cidade de Lagoa, na ilha de S. Miguel, não se destinou apenas à promoção turística das ilhas açorianas, mas associou-se igualmente à tradição natalícia de “montar o presépio”, potenciando o desenvolvimento da atual indústria doméstica de figuras de presépio naquela localidade, dando origem à designação popular de “Bonecreiros da Lagoa”.
Estas oficinas familiares que floresceram nas décadas de 1950/60 sem perder as suas ligações às fábricas, como trabalhadores ou como consumidores da matéria-prima e de ocupação do forno, produzem bonecos pintados, não vidrados, pequenas figuras representativas da cultura local nas suas dimensões religiosa e profana. O figurado mais pequeno, modelado apenas pelas mãos, isto é, sem molde e normalmente sem ir ao forno, destina-se aos presépios de Lapinha.