ILHA DE SÃO MIGUEL
Verde, povoada por lagoas e ribeiras, planícies e montanhas, flores e gado bovino, a ilha maior dos Açores tem a justa fama de ser uma esmeralda no meio do Atlântico — que banha as suas praias e escarpas.
Roteiro Ponta Delgada (Cidade)
1. Comecemos a pé, no lado poente da cidade (Rua da Cruz), com uma visita ao ateliê de bordados de Mário dos Reis Rodrigo — são décadas de experiência e criatividade em bordado tradicional a matiz de azuis sobre linho, certificado pela marca coletiva Artesanato dos Açores. (Mapa)
2. Ao subir a Rua Pedro Homem repare no ateliê e loja “Pele e Osso”, do artesão Fábio Oliveira, onde pode encontrar máxima originalidade e genuinidade: originais criações em moda (malas, sapatos, acessórios) em pele genuína, com corte único e cores apelativas. (Mapa)
3. Ande mais um pouco e passe na Rua de Água para visitar a Galeria Brui, fundada por Gregory le Lay e que congrega o trabalho de 3 artesãos à volta do papel, em diferentes formas e texturas: Gregory, que fotografa, desenha e articula mundos fragmentados; Anna Bruyére, que fabrica papel a partir de fibras vegetais como legumes, folhas, cascas de árvores ou algas; Elga Martin, que dá ao papel forma e cor, modelando e gravando. (Mapa)
4. Na Rua Padre Serrão, perto do mercado municipal, visite a loja e ateliê “Matéria 47” que combina os trabalhos em cerâmica e em tecelagem de Inês Ribeiro e Joana Fernandes.
Com larga experiência em artes visuais e formação, estas artesãs criam peças únicas, por encomenda, e sempre plenas de criatividade. (Mapa)
5. Na Rua do Peru, delicie-se com os sons que Hugo Raposo cria quando dá vida aos instrumentos que constrói: guitarra portuguesa, guitarra de Coimbra, viola para fado,
bandolim, cavaquinho e viola da terra, esta última certificada como Artesanato dos Açores. (Mapa)
6. Subindo para a Rua de São Gonçalo, na Azores CraftLab – Incubadora de Artesanato dos Açores pode encontrar o trabalho inovador e fascinante de Zsombor Keresztes que, a partir de madeira encontrada na praia ou madeiras de espécies invasoras, concebe e constrói manualmente peças apelativas e úteis, respeitando o grão e a forma natural desta matéria-prima. (Mapa)
7. Ainda na Azores CraftLab, o trabalho de Romeu Bettencourt, vencedor do prémio Designer Revelação em Joalharia pela Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal em 2016, seduz e fascina pela sua linguagem original. Dando primazia ao ouro e pedras preciosas, o seu trabalho tem-se destacado no panorama nacional. (Mapa)
Roteiro Ponta Delgada Município
1. Dentro do concelho de Ponta Delgada, para poente, encontra-se a freguesia de Candelária, onde pode conhecer a marca “Quintal dos Açores”, fundada em 1997 por Fernando e Helena Sousa. Com produção agrícola própria, criam diversos sabores doces (compotas e geleias de frutos, mel) e salgados (pimentas, salmouras, tremoço) inesquecíveis. (Mapa)
2. Ainda na Candelária, Catarina Alves dá vida a materiais tão diversos como a madeira de criptoméria, a pedra ignimbrito ou a cortiça, criando peças de bijuteria de beleza única — a “Pedras de Lava” inspira-se na Natureza, reutilizando o que esta generosamente nos oferece. (Mapa)
3. Na freguesia de Arrifes, nos arredores da cidade, prove os sabores frescos e sadios da “Queijaria São Miguel”: seja em embalagem tradicional ou em folha de conteira, queijos frescos feitos a partir de leite de vaca, de cabra, ou a mistura de ambos; e também o “Queijo do Rei”, o conhecido queijo curado desta empresa. (Mapa)
4. Na vila de Capelas existe uma verdadeira máquina de viajar no tempo — a Oficina-Museu fundada em 1998 por Manuel João Melo transporta-nos para cenários de artes e ofícios tradicionais dos tempos dos nossos avós, sem falar na loja de artesanato, onde pode encontrar presépios de lapinha, peças de tecelagem, figurado de presépio, e muitas criações com escamas de peixe e miolo de figueira, estas certificadas pela marca coletiva Artesanato dos Açores. (Mapa)
5. Termine este roteiro ainda em Capelas, no ateliê de tecelagem “Tramada”, de Fátima Ramos, onde a preocupação ecológica está sempre presente nas criações com teares manuais, recorrendo a fibras naturais e tintos vegetais. (Mapa)
Roteiro Lagoa Cidade
1. Na cidade de Lagoa, a primeira paragem será no Centro Social e Cultural da Atalhada, um projeto que nasce da vontade de lutar contra a pobreza e de dar emprego, neste caso a 12 mulheres. Este Centro congrega vários ateliês, uma cooperativa multisserviços — com bordados, tecelagem, carpintaria — e uma pastelaria. (Mapa)
2. Com as fibras da espadana, do dragoeiro, da taboa ou da folha de milho, e ainda tecidos vários, Maria Silveira cria bijuteria e bonecas, flores secas e presépios. E pode ver, ao vivo, como esta artesã — a alma da “Casa da Mata” — molda e constrói as suas peças de artesanato. (Mapa)
3. Fundada em 1862, a Cerâmica Vieira, empresa ícone da Lagoa, cria e produz peças incomparáveis de faiança e cerâmica usando técnicas que o tempo e a experiência eternizaram. Com predominância para o azul em fundo vidrado branco, as peças tanto podem ser utilitárias como decorativas — ou azulejos e números de porta. (Mapa)
4. Já quase no fim do perímetro urbano, a estilista Isabel Roque faz da moda o seu trabalho e o nosso encanto: seja na moda prêt-a-porter, seja na confeção à medida, na alta-costura ou na consultadoria, as linhas da moda atual e intemporal cruzam-se neste espaço. (Mapa)
5. As ervas aromáticas e medicinais — alfazema, tomilho, erva-príncipe, Maria Luísa, por exemplo — preenchem a vida de Randal Gladwin que, desde os tempos da juventude, se interessou pela botânica, tendo desenvolvido este negócio a partir de 2002. (Mapa)
6. Ainda jovem, João Arruda deixou-se fascinar pelo figurado típico de Lagoa, tendo aprendido com o mestre bonecreiro Arsénio Moniz. Hoje, este artesão é uma referência incontornável nesta arte, dando vida a figuras de presépio tradicional e de lapinha, incluindo romeiros, foliões do Espírito Santo, a mulher de capote ou a arquitetura regional. (Mapa)
7. A saboaria artesanal e sustentável, recorrendo a produtos regionais e naturais, é a base de “Flora Azorica”, criada por Susana Benevides. Por ser parte da guilda internacional Soapmaking Natural Ingredients, a artesã tem sabido aliar as técnicas mais inovadoras aos recursos mais amigos do ambiente. (Mapa)
Roteiro Costa Norte
1. A primeira paragem na costa norte da ilha é nas Calhetas, onde vamos conhecer o trabalho em madeira (endógena ou reaproveitada) do artesão Mário Jorge Medeiros e o seu ateliê “MADLab”: luminária, mobiliário, artigos de decoração com delicadas linhas que completam o ambiente de uma casa moderna e elegante. (Mapa)
2. Na vila de Rabo de Peixe a olaria, a cerâmica, a azulejaria, a bijuteria em escama de peixe, pedra de basalto e sementes encontram-se num único espaço: “O Quadradinho”, loja e ateliê da multifacetada artesã Maria Cristina Borges. (Mapa)
3. Toda a sua criatividade em escamas de peixe, presépios de lapinha e cerâmica figurativa é merecedora do selo de marca certificada Artesanato dos Açores. Isabel Silva Melo, formada em Belas-Artes, conquistou o prémio nacional de Artesanato em Novos Talentos, dando assim maior impulso à sua paixão como ceramista, em que cada peça é moldada manualmente. (Mapa)
4. Na cidade de Ribeira Grande, entremos na loja “Casa e Objectos” de Gabriela Faria, uma empreendedora artesã que se dedicou a presépios de lapinha com uma variante inovadora (o uso de cogumelos secos como base), a peças de patchwork para o lar e às almofadas para o menino Jesus, tão tradicionais na ilha. (Mapa)
5. Na Ribeirinha, já no fim do roteiro, a pedra de basalto ganha outra vida pela arte de João Furtado, que a transforma em figuras de santos, castiçais para igrejas, coroas de Espírito Santo, floreiras e fontenários. (Mapa)
Roteiro Costa Sul
1. Na costa sul, comecemos pelo Livramento e a “Açor Arte”, o ateliê de Jacinta Teixeira onde, manualmente, se tecem peças de beleza simples e utilitária, como tapetes, almofadas, colchas, sacos, mantas, malas ou individuais, recorrendo à malha de lã e de algodão. (Mapa)
2. Desde sempre que a vila de Água de Pau é conhecida como a sede dos vimes. Alcídio Andrade, cesteiro e filho de cesteiro, trabalha os vimes da forma mais tradicional e genuína: sentado no chão, descalço e usando apenas as ferramentas mais básicas, dá forma a esta fibra vegetal, criando cestos, baús, arcas e outras peças de mobiliário. (Mapa)
3. Em Vila Franca do Campo, antiga capital da ilha, a “Cooperativa de Artesanato e Solidariedade Social Senhora da Paz” dedica-se às áreas de bordado a matiz e a ouro, com destaque para peças devocionais das festas do Espírito Santo, Santo Cristo e Senhor da Pedra, sendo os bordados certificados pelo Artesanato dos Açores; e olaria, uma atividade tradicional da Vila. (Mapa)
4. O oleiro Rui Rodrigues é herdeiro de uma tradição ímpar da sua vila e da sua família: a partir do barro, cria belas miniaturas de figurado etnográfico e diversas miniaturas de objetos antigos, testemunhos de hábitos passados mas presentes nestas esculturas. (Mapa)
5. Termine este roteiro com o fino e doce sabor das “Queijadas da Vila” — originalmente criadas pelas irmãs do Convento de Santo André — de Adelino Morgado, e que podem ser conhecidas e degustadas na fábrica e loja perto da Marina da vila. Estas famosas queijadas têm o leite por base… e o demais é segredo! (Mapa)
Roteiro Nordeste e Povoação
1. A caminho do Nordeste, na freguesia da Maia, Maria de Lurdes Lindo dá continuidade ao uso desta fibra na sua “Tecelagem O Linho”: as suas criações tanto versam a tradição (mantas de retalhos, tapetes, trajes etnográficos) como abordam a contemporaneidade (ponchos, écharpes e malas). Esta tecedeira tem o seu trabalho certificado pela marca Artesanato dos Açores. (Mapa)
2. Na freguesia da Salga, no cenário encantador do Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões (já concelho de Nordeste), Paulo Melo aproveita as folhas e barbas do milho para criar não apenas inúmeros modelos de bonecas tradicionais, como também capachos, chapéus, flores, presépios e bijuteria. (Mapa)
3. A tecelagem está sempre viva no Nordeste através do trabalho da “Casa de Trabalho e Proteção à Juventude Feminina do Nordeste”, fundada em 1942. As técnicas de repasso e de bordado estão ligadas à confeção de trajes etnográficos, tanto femininos como masculinos, aqui eternizados. A qualidade e rigor dos bordados merecem a certificação Artesanato dos Açores. (Mapa)
4. Fundada com o propósito de apoiar, promover e comercializar os produtos da região, a cooperativa “Celeiro da Terra”, na vila de Povoação, é conhecida pela alta qualidade dos seus biscoitos, licores e compotas, todos confecionados manualmente com produtos locais, como pelos bordados a matiz, certificados pela marca Artesanato dos Açores. (Mapa)
5. Ainda na Povoação, uns metros mais adiante, visite a “Casa dos Moinhos de Artesanato”, com loja e exposição instaladas em dois antigos moinhos, um de trigo e um de milho, que laboraram até 2008. Aqui pode encontrar trajes etnográficos da artesã Maria Paixão Resendes, assim como bordados, Registos e Lapinhas, produtos certificados com a marca coletiva Artesanato dos Açores. (Mapa)
6. Chegados à freguesia de Furnas, tempo para um lanche e para saborear o emblemático bolo lêvedo: Glória Moniz, através da sua empresa “Receita da Vida – Bolos Lêvedos”, fabrica, distribui e vende este pão adocicado de centenária receita furnense. (Mapa)
7. Terminamos com um sabor ainda mais doce: o mel, alimento nobre e antioxidante, assim como plantas e frutos são a base dos rebuçados e caramelos de Emanuel Casado, que tem recuperado receitas e hábitos de antigamente, transformando-os em saborosos produtos tradicionais. (Mapa)