O junco, a cana bambu, a espadana e o vime são fibras endógenas. Mas rapidamente se aproveitaram outros elementos vegetais resultantes de novas culturas que se foram introduzindo nas ilhas dos Açores, como o trigo o milho e o centeio.
De entre os variados objetos produzidos a partir das fibras vegetais, os cestos de vime assumem o principal papel. No entanto, com a mesma matéria-prima também se ocupavam os tempos livres a produzir artefactos de natureza decorativa, como as flores artificiais e as bonecas de folha de milho ou de palha de trigo. As folhas são escolhidas, secas e, quando necessário, ripadas e, por vezes ainda, tingidas. No caso do milho, muito utilizado na ilha de S. Miguel, existe a preocupação de selecionar as folhas mais brancas e de utilizar as “barbas” para reproduzir o cabelo da boneca. Pelo mesmo processo se confecionam as originais e elegantes bonecas de folha de dragoeiro, principalmente na ilha do Pico.
A palha dourada e flexível, resultante do processo de preparação da matéria-prima que inclui rachar o canudo de trigo ou de centeio, pode ser entrançada manualmente e cosida em espiral ou até tecida no tear.
Com o auxílio de tesoura, cola, agulha e imaginação, criam-se pequenas figuras representativas da vida rural, como por exemplo a mulher do campo, da vida religiosa,
como é o caso das figuras do presépio, ou até da vida quotidiana e da memória coletiva, ilustrada nas figuras da aristocracia local.