Produzida segundo as técnicas da cestaria, apresenta-se como um artefacto cheio de simbolismo, evidenciando uma atividade própria, identificadora da sua origem, durante muito tempo, confinada à ilha do Pico e generalizada às demais ilhas, em meados do século passado, quando começou a ser exportada para a América.
Uma das atividades que caracterizou a freguesia de Santo Amaro, da ilha do Pico, foi a feitura de chapéus de palha de trigo, utilizando a técnica da espiral cosida. Faz parte das memórias de Santo Amaro ver as mulheres sentadas à porta a fazer trança. Elas próprias aprenderam com as suas mães e tias, enquanto crianças, desde a apanha da palha ou canudo, até finalizar o chapéu. Há cerca de uma centena de tranças diferentes para executar os chapéus de palha. Antes de se executar o chapéu, a palha tem que ser descanudada pelo nó, separada, escolhida, escovada e rachada. Os chapéus de abas redondas e curtas são encimados por uma copa ovalada e alta, sendo feitos em palha, profusamente cozida.