O Site do Centro de Artesanato e Design dos Açores (CADA) visa, na sua essência, promover e divulgar os produtos artesanais certificados, ao qual incumbe a concretização da política regional nas áreas do desenvolvimento e da valorização dos produtos tradicionais, designadamente do artesanato regional e das empresas artesanais, da formação profissional e da coordenação de iniciativas multifuncionais com desenvolvimento no meio local.
O CADA desenvolve um plano anual consistente e diversificado, atuando sobre quatro áreas que se consideram fundamentais: Investigação/Certificação, Formação, Apoio ao Artesão e Promoção. O desenvolvimento destas áreas passa pela certificação de produtos, edição de publicações, organização de exposições, promoção de oficinas e workshops e apoio aos artesãos, nomeadamente através do sistema de incentivos.
O bordado típico de São Miguel caracteriza-se por dois tons de azul sobre linho em ponto de matiz. Suave e harmonioso, reflete a beleza rara das ilhas. Nele predominam motivos vegetalistas e campestres como trevos, gavinas, silvas, avencas, cravinhos e corações entrelaçados. A partir dos anos 30 do séc. XX, o bordado conquistou os mercados […]
Branco e puro, o bordado terceirense revela a influência do bordado inglês e madeirense por privilegiar os pontos Richelieu e cheio. Toalhas, lençóis, fronhas, colchas e napperons são algumas das peças que compunham o enxoval das noivas da elite terceirense e que agora são a principal oferta do mercado têxtil açoriano com […]
Como se fossem fios de ouro, a palha de trigo ou de centeio é trabalhada pela genialidade das mulheres faialenses em cima de tule branco ou negro. O elemento decorativo predominante é a espiga de trigo, embora outros elementos vegetalistas façam parte das peças requintadas ligadas à moda feminina, como vestidos de cerimónia, véus, mantilhas […]
As rendas mais admiráveis do Arquipélago são feitas no Pico e no Faial. São de grande qualidade e de reconhecido valor artístico e etnográfico. Os seus elementos base são as “rosetas”, com formas e nomes muito diversos. É na harmonia com que as rosetas são ligadas entre si, com uma variedade de pontos, […]
O culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, de grande devoção e atração, é também o mote para a criação do registo, bela peça de homenagem ao padroeiro. Foi trabalho conventual das freiras do Santuário, competentes em muitas artes manuais. Hoje é peça de interesse para muitos artesãos que, com devoção e criatividade, […]
Autênticos presépios em miniatura, perpetuam a natividade de Cristo durante todo o ano. O tema central é a gruta que abriga a Sagrada Família, em torno da qual se organizam todos os outros elementos, representando cenas bíblicas ou do quotidiano através de pequenas figuras de cerâmica pintadas, fragmentos de rocha, musgo, plantas, flores e minú[…]
Da massa branca do miolo de ramos de figueira o artesão, com paciência e mão firme, cria belas e delicadas figurinhas típicas dos Açores. Os trabalhos mais antigos, de Euclides Rosa, estão expostos no Museu da Horta. Hoje em dia, as peças de miolo de figueira incluem motivos florais, moinhos ou barcos à vela.
A diversidade de peixes do mar dos Açores influenciou o imaginário artístico do artesão açoriano. As escamas são limpas em várias águas e transformadas em delicadas pétalas ou folhas que, depois de recortadas à tesoura, com imensa habilidade, são compostas em conjuntos florais. Os trabalhos mais tradicionais são essencialmente flores, das […]
Vila Franca, em S. Miguel, e Angra do Heroísmo, na Terceira, são os centros produtores que dão continuidade à olaria tradicional dos Açores. O talhão, importante reservatório de água ou de cereais noutros tempos e a talha ou bilha utilizada para transportar líquidos são agora peças muito apreciadas na decoração de […]
A indústria cerâmica da Lagoa, que se afirma ao longo do século XIX e da qual não se podem excluir ligações à indústria cerâmica do Norte de Portugal, deu início à produção de faiança nos Açores com o fabrico em série de peças pintadas com flores e outros motivos […]
A produção local de azulejo assume uma certa importância somente a partir da segunda metade do século XIX, altura em que foram fundadas as primeiras fábricas de cerâmica nas ilhas de S. Miguel e Terceira. Estes azulejos de produção local revestiam as fachadas de edifícios urbanos e as paredes das capelas em composiçõ[…]
A escultura de costumes produzida nas fábricas de cerâmica da Cidade de Lagoa, na ilha de S. Miguel, não se destinou apenas à promoção turística das ilhas açorianas, mas associou-se igualmente à tradição natalícia de “montar o presépio”, potenciando o desenvolvimento da atual indústria doméstica de figuras de presépio naquela […]
A tecelagem é uma das primeiras e mais antigas indústrias tradicionais do arquipélago, assim como uma resposta eficaz às limitações causadas pela insularidade. A arte do tear, tanto em lã como em linho ou algodão, é minuciosa, morosa e exigente. As belas colchas, mantas, passadeiras de retalhos, trajes regionais, cobertores, tiras ou napperons com desenhos […]
De tradição secular, as queijadas da “Vila” são um doce originário do Convento de Santo André, o primeiro dos Açores da 1ª Regra de Santa Clara, edificado em 1533. Nos fins do séc. XVIII vieram para o convento da Vila freiras de origem holandesa e espanhola, que confecionavam as queijadas de acordo com uma receita […]
É um bolo de milho escuro, coberto por açúcar em pó e com um aroma intenso a canela e mel de cana, típico da ilha Terceira. Adquiriu o seu nome aquando da visita dos reis de Portugal, D. Carlos e Dona Amélia à Terceira, em 1901. Ao que se sabe, ofereceram-lhes os melhores bolos que […]
É um doce regional da ilha Graciosa, famoso em todo o arquipélago. De sabor delicado, em forma de estrela, a massa exterior apresenta-se fina e estaladiça e acolhe um recheio de ovos e leite. Durante alguns anos esta iguaria era exclusiva aos lares da Graciosa, quando ainda era conhecida por “covilhete de leite”, sendo presença […]
Doce regional da ilha de S. Jorge, apresenta-se como pequenas rosquilhas de massa de hóstias, transversalmente golpeadas na parte superior, deixando entrever o recheio acastanhado. Antigamente, as espécies eram denominadas por “bichos doces”. O recheio era confecionado com pão caseiro, torrado e moído nas “atafonas”. Batia-se o pão torrado dentro de uma saca com um [&[…]
Do ponto de vista histórico e geográfico, a produção do biscoito de orelha circunscreve-se à ilha de Santa Maria, constituindo um produto de referência da gastronomia mariense. Este biscoito era presença habitual nos lares marienses, nas ocasiões festivas, como por exemplo na matança do porco, casamentos, festividades do Espírito Santo e pelo Natal, […]
Por bolos lêvedos entende-se pequenos bolos de forma cilíndrica, ligeiramente adocicados, com uma massa porosa e a crosta ligeiramente tostada, cozidos sobre sertã ou chapa metálica polvilhada com farinha. Constituem uma especialidade tradicional do “Vale das Furnas”, com um impacto económico associado à abertura do Hotel Terra Nostra, em 1935, tornando-se na imagem de marca […]
O Alfenim é um doce feito com açúcar, água e vinagre, de antiga receita oriental e com uma longa história. Chegou à Península Ibérica pelas mãos dos árabes que lhe chamavam “al-fenid” que significa aquilo que é branco, alvo. Os espanhóis levaram-no até ao México e os portugueses até ao Brasil. Do continente passou para […]
A agricultura fornecia, indiretamente, mas em grande abundância, matéria-prima para os mais diversos artefactos, uns de natureza funcional, como os capachos. Paralelamente à cestaria, esta produção artesanal desempenhou, inicialmente, uma função complementar à agricultura e adaptou-se às necessidades domésticas. Os Capachos de folha de milho, de palha de trigo, de espadana, de junco ou até […]
O trabalho do vime não se restringiu à produção de cestos. No Século XIX, surgiu na confeção de mobiliário, para se adequar à moda romântica das moradias de veraneio e dos jardins de Inverno. O empalhamento é outra técnica aplicada ao vime e complementar à atividade de um cesteiro. Com técnicas similares, utilizando os mesmos […]
Produzida segundo as técnicas da cestaria, apresenta-se como um artefacto cheio de simbolismo, evidenciando uma atividade própria, identificadora da sua origem, durante muito tempo, confinada à ilha do Pico e generalizada às demais ilhas, em meados do século passado, quando começou a ser exportada para a América. Uma das atividades que caracterizou a freguesia de […]
A arte de trabalhar as fibras vegetais revela um entendimento da terra, do clima, dos ciclos vegetativos, das plantas e suas características. Revela, também, saberes antigos e técnicas transmitidas de geração em geração. Os açorianos sempre procuraram dar resposta aos desafios do seu quotidiano, demonstrando imaginação e engenho na aplicação e transformaçã[…]
Alguns elementos vegetais que foram introduzidos nos Açores, como o milho, o trigo e o dragoeiro, deram origem à produção de artefactos de natureza decorativa, como as flores e as bonecas. Para a confeção das bonecas de folha de milho, as folhas são escolhidas, secas e, quando necessário, ripadas e, por vezes ainda, tingidas. Existe, […]
Estas fechaduras, produção de cariz tradicional na mais pequena ilha do arquipélago, associada à vida rural, algumas ainda existentes, sobretudo nas casas de abrigo da faina agrícola, constituem um produto emblemático do artesanato local que manteve a sua relevância ao longo dos séculos, tornando-se indissociável da história da Região e dos Corvinos. […]
O empalhamento é outra técnica aplicada ao vime e complementar à atividade de um cesteiro. Com técnicas similares, com os mesmos materiais e ferramentas, se forram garrafas de vidro, assentos de cadeiras e uma série de peças de mobiliário, criadas a partir de uma estrutura de madeira ou metal que depois é forrada e ornamentada […]
A Viola da Terra é dos instrumentos musicais populares, mais antigo, de que se tenha conhecimento, no Arquipélago dos Açores e terá chegado no Séc. XV com os primeiros povoadores. O isolamento das ilhas açorianas fruto da descontinuidade geográfica permitiu à Viola da Terra adquirir características diferenciadas de ilha para ilha, tais como: O número [&[…]
A boina do Corvo, cuja origem se perde no tempo, mas a produção resiste até aos nossos dias, é feita em tricot, com um conjunto de 5 agulhas, originalmente em lã local tingida de azul-escuro, com uma barra estreita (grega), trabalhada com o tradicional branco natural. Em alguns casos, na orla é aplicada uma pala […]
O trabalho com retalhos tradicionais dos Açores é a técnica que une tecidos com uma infinidade de padrões, formatos, cores variadas e pontos diversos para ornamentação, numa versão mais contemporânea o “crazy patchwork”, na versão tradicional o “trabalho louco açoriano”, em que a combinação e a união aleatória de diversos […]
O bordado a ouro está associado às principais festividades religiosas dos Açores, designadamente ao culto do Espírito Santo e ao culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, na medida em que integra a ornamentação dos mais importantes e simbólicos acessórios como as bandeiras, estandartes e paramentos. Em termos museográficos, o espólio do Convento […]
Os terços são executados com bagas de sementes naturais, cuja planta – Coix lacryma-jobi – se assemelha a um pé de milho. É uma planta tropical, da família das gramíneas, proveniente do Brasil, a qual tem a designação mais comum de “Lágrimas de Maria” ou “Lágrimas de Jó”. Nesta variedade selvagem, as bagas vão de [&[…]
Os Açores dispõem de uma riqueza de criações artesanais tanto ligadas a atividades económicas específicas como à arte popular e à imaginação. De facto são inúmeras e variadas as obras de interesse e qualidade produzidas pelos nossos artesãos. No meio de uma diversidade de técnicas e de materiais utilizados, enleva-se a autenticidade […]